Goldman recomenda a aposta no cobre e estima que o petróleo vai superar os 80 dólares em seis meses.
O actual ciclo de valorizações nas matérias-primas tem pernas para andar, já que o mercado apresenta actualmente as condições mais favoráveis desde, pelo menos, 2008. A opinião é da Goldman Sachs, que num “research” publicado esta quinta-feira recomenda aos clientes a aposta em “commodities” como o cobre, carvão e minério de ferro.
Os analistas do Goldman Sachs argumentam que esta perspectiva optimista para as matérias-primas deriva de vários factores, como a produção em níveis recorde nas fábricas europeias, condições financeiras mais favoráveis do que nunca nos Estados Unidos e forte procura nos mercados emergentes. O banco de investimento estima que a economia global vai registar uma taxa de crescimento anual acima de 5%, o que também justifica a aposta no cobre, que é visto como um dos principais barómetros da economia mundial.
A descida dos inventários e os constrangimentos no lado da oferta vão levar o cobre até aos 8.000 dólares nos próximos 12 meses, o que, a confirmar-se, representará um máximo desde 2013.
“Mantemos a recomendação de ‘overweight’ para as matérias-primas, já que o ambiente para investir em ‘commodities’ é o melhor desde 2004-2008”, afirma o Goldman Sachs, que também está optimista para o petróleo.
O banco de investimento vê a cotação do Brent nos 75 dólares no espaço de três meses e nos 82,50 dólares em seis meses, bem acima dos 62 dólares estimados anteriormente. O Brent atingiu em Janeiro um máximo de Dezembro de 2014 ligeiramente acima dos 70 dólares. Hoje a matéria-prima está a ganhar perto de 1% e a aproximar-se dos 70 dólares, impulsionado precisamente por este relatório do Goldman.
“O reequilíbrio do mercado petrolífero deverá ser alcançado seis meses mais depressa do que esperávamos anteriormente”, explica o Goldman Sachs, prevendo que o forte aumento da procura supere o crescimento do lado da oferta.
“A descida nos ‘stocks’ acelerou no final de 2017 devido ao crescimento da procura, à maior complacência da OPEP e ao colapso na produção na Venezuela”, acrescenta.